No dia 13 de setembro, a Inovatie Serviços em Saúde realizou um webinar sobre Inteligência Regulatória apresentado por Claudia Cilento, farmacêutica bioquímica formada pela Universidade de São Paulo, pós-graduada em Administração e Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e mestre pela Faculdade de Saúde Pública da USP, sócia-diretora e responsável pela área de Assuntos Regulatórios da Inovatie.
Claudia destacou a importância da inteligência regulatória na tomada de decisões e na melhoria do desempenho do profissional que atua na área, bem como apontou algumas sugestões de como implementar ou melhorar o processo nas empresas. Os pontos mais relevantes são descritos a seguir:
A inteligência regulatória é definida como o processo que envolve o fornecimento de informações estratégicas que contribuem para uma tomada de decisão mais eficiente no âmbito regulatório. “Trata-se de uma prática importante para empresas que atuam em mercados altamente regulados, como a indústria farmacêutica”.
A inteligência regulatória fornece subsídios de qualidade para transformar em estratégia os resultados obtidos nas avaliações e no monitoramento das ações do governo e da concorrência. Com ela, a empresa pode obter uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes, desde que seja inserida no contexto da empresa, da concorrência e do ambiente regulatório.
A implantação da inteligência regulatória requer que seja criado um processo no qual se estabeleçam quais informações serão buscadas, como serão coletadas, avaliadas e disseminadas. É necessário planejar quais fontes de informação serão utilizadas e definir o que será monitorado, tais como, consultas públicas, projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional, concorrência, entre outros.
A etapa seguinte é a análise, pois é de extrema importância que as informações coletadas sejam analisadas com foco nos objetivos da empresa e dentro do contexto da organização para maximizar os resultados.
Outro ponto de atenção é a disseminação da informação, que deve levar em consideração o público-alvo, o nível de detalhamento e a ferramenta a ser utilizada. É fundamental comunicar a informação correta, devidamente analisada e alinhada com às necessidades do público-alvo.
É de extrema importância monitorar o mercado e antecipar tendências. No entanto, não basta apenas focar na obtenção da informação, é necessário olhar para dentro da empresa, pois o monitoramento do mercado deve ser aplicado dentro de um contexto que seja considerado o segmento de atuação, a estratégia, os produtos, o portfólio de projetos e, até mesmo, a cultura corporativa. É imprescindível compreender profundamente o negócio para saber o que monitorar e fornecer informações relevantes capazes de impactar a estratégia da empresa.
Como implantar a inteligência regulatória na empresa
Antes de correr é preciso aprender a andar, ou seja, tão ou mais importante que aplicar a Inteligência Regulatória para entender o que acontece no ambiente externo é aplicá-la na sua rotina, nos produtos, nos projetos que estão sendo desenvolvidos e nas ações de marketing da própria empresa.
Por exemplo, o enquadramento regulatório de um produto pode viabilizar ou matar um projeto; a montagem de processo de registro de maneira a não dar destaque a eventuais gaps pode garantir um registro, ou ainda, uma sugestão de alteração num texto de material promocional para diminuir o risco de autuação, pode viabilizar a estratégia promocional do produto.
No cumprimento de uma exigência, a inteligência regulatória assume papel de destaque, porque a resposta fornecida pela empresa é que vai determinar a aprovação ou indeferimento do dossiê. Então, reúna os envolvidos, entenda o que está por trás da questão, o que o técnico da ANVISA quer saber, discuta e acorde um plano de ação para responder plenamente o que é solicitado em cada item porque o tiro tem que ser certeiro!
Conhecendo a empresa, fica fácil dar o próximo passo que é a inclusão assertiva das empresas e dos produtos no monitoramento das publicações, andamento e prazos dos processos de registro ou pós-registro da concorrência.
No nível avançado, a inteligência regulatória monitora o que está acontecendo no ambiente regulatório e para isso é preciso estar atento ao que está sendo discutido e proposto, entender o que está por trás, qual empresa está levantando o assunto, como isso afeta sua empresa e se atende ao interesse ou prejudica a organização. Estar preparado para o que pode vir pela frente é um diferencial estratégico importante.
Mesmo com todas as ferramentas de inteligência artificial que podem auxiliar na busca de informações dificilmente haverá um software que conecte todos esses pontos pois é a experiência que faz a diferença. É conhecer a empresa, os concorrentes; é estar atento e conectado ao que acontece no mercado, é o aprendizado do dia a dia que ensina o que é relevante.
As pessoas sempre serão a base de tudo, por isso é fundamental desenvolver e estimular a equipe da área regulatória para que desenvolvam a habilidade de estarem atentos, serem questionadores, trazerem ideias e informações porque as contribuições de todo um time são muito mais poderosas e eficientes que as percepção apenas do gestor e fazem toda a diferença na captação, análise e disseminação de informações relevantes que contribuem com o crescimento da companhia.
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